Um dia rasgo os teus olhos cor de mel
Um dia serei a abelha do teu corpo
Um dia dou-te a provar o amargo fel
Que existe num homem vivo ao estar morto
Um dia vou ser a glória compreendida
Um dia serei charco mas de lua
Um dia serei a história mais vivida
Que por ser vivida é minha e tua
As nossas vidas andam par a par
Nossas vidas são a brisa calma
É tudo aquilo que brilha no ar
E quando pousa aconchega a alma
Um dia vou ser partida em ser chegada
Um dia…já não sei…nada cuido
Um dia acordo e continuo a ser nada
Porque ousei sonhar ser quase tudo.
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Às vezes perco-me de mim
E nem sei dizer onde estou
Ah! Porquê de eu ser assim
Ser este pássaro que não voou
Continuo com os pés em terra
Sou árvore sem ter jardim
Cresço para lá da flor da serra
Às vezes perco-me de mim
Sou de longe, onde o futuro
Foi canto que não cantou
Às vezes tento ser mais puro
E nem sei dizer onde estou
Quero ser a coisa amada
Coisa viva que viva em mim
Mas perco-me neste não ser nada
Ah! Porquê de eu ser assim
Queria ser palavras na liberdade
Sou utopia que não terminou…
Mas apenas consigo, na verdade,
Ser este pássaro que não voou.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
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