sábado, 4 de outubro de 2008

Coisa Nova, Coisa Amar

Quando ela passa
Há uma coisa que anda pelo ar
Tem aquela graça
De quem sabe andar

Ombros direitos
Olhar perfilado
E sobre o peito
Um poema
Que sabe a fado

Seus pés têm sempre direcção
Viram para todo o lado
Mas sabem onde vão

Tem aquela coisa que não se sabe
Explicar
É aquela coisa
Que se nota ao andar...

Tem o pé do tamanho do mundo
Os cabelos são tranças de luar
São a história
A história sonhada
Que ninguém conseguiu inventar

É a viola que toca a compasso
O segredo está todo no passo...
É o caminho, é o atalho
É a mata, o ferro, o arado
É a terra, é o pão
Que se come e nasce do chão

É Portugal feito corpo novo
Num só corpo, todo um povo
É a magia que anda por aí
Que pára e volta a andar
É tudo o que se conta, o que se diz
O que se é capaz de amar

È razão
Poema feito
Corpo nascido
Sopro e fôlego
Coisa nova
Poema antigo
Discrição, medo
Angústia, fome
Tudo o que se conta
Tudo o que se diz
Tem nome
É feliz
Nasce felicidade
Cresce no vento
É razão, é realidade
É o passo da verdade

São passos escuros a andar
São pés feitos de luar
É tudo o que não se consegue
Explicar...

Coisa Nova
Coisa Amar.


Sem comentários: