quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Rasgar o Ventre

Dá-me um pouco da tua vida
Mete sal na minha mão
Faz o mar
Constrói a lua
Há quem diga que ela
Se insinua...

Quero um oceano de paz
Quero ser capaz de rasgar
Estas ondas, rasgar este mar
Ir por aí fora, ser antes...agora
Ser futuro em ser passado
Ser tudo em não ser nada
Ser sonho...ser ilusão...

E acreditar nos astros
Nessas tais coisas siderais
Nesses caminhos que nascem
Nas palmas das mãos
E que rasgam a Via Láctea

Ser o Universo na Terra
Ser uma estrela no infinito
E acima de tudo, ser grito
Neste silêncio que nos aperta
E pedir sempre à terra deserta
Que me dê um oásis

Rasgar o ventre da minha mãe
Foi marginalidade sem verso
E hoje eu sei que o reverso
Disto tudo...
É ser na vida o que sempre quis.

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