Não vês a sombra do desejo
Furtiva em cada esquina do teu gesto
Não vês que tudo aquilo que em ti vejo
É tudo em que o amor é manifesto
Não vês que as mariposas no cabelo
E a rosa que em teus lábios se desnuda
Não vês que o teu olhar é o modelo
Das vinte madrugadas de Neruda
Não vês no teu sorriso fogo posto
Que lavra nos fados onde morei
Se não vês tudo isto no teu rosto
Perdoa meu amor porque sonhei.
João Monge
sábado, 11 de outubro de 2008
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