Apenas quando as lágrimas me dão
um sentido mais fundo ao teu segredo
é que eu me sinto puro e me concedo
a graça de escutar o coração.
Logo a seguir (porquê?), vem a suspeita
de que em nós dois tudo é premeditado.
E as lágrimas então seguem o fado
de tudo quanto o nosso amor rejeita.
Não mais queremos saber do coração,
nem nos importa o que ele nos concede,
regressando, febris, áquela sede
onde só vale o que os sentidos dão.
David Mourão-Ferreira
domingo, 2 de novembro de 2008
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