sábado, 8 de novembro de 2008

Para Um Fim Do Mundo

É nestas noites de fogueira acesa
Que a memória me vem mostrar
Que a poesia é uma candeia
Que não sabe quando se apagar

É nestas noites de memórias dúbias
Que eu não sei distinguir a realidade
Sei que há certas alturas
Em que fecho os olhos e não vejo a verdade

Há coisas que quero apagar
Do fundo desta alma tecedeira
Mas a memória é um baú por encontrar
E durmo com a saudade à cabeceira

Há poemas que são o infinito
Há versos que são rimas de perdão
E há noites que são apenas gritos
Abafados pela solidão...

Eu sei que lá em cima estão anjos
À espera de um dilúvio universal
Cá em baixo há demónios mundanos
Que vivem em eterno Carnaval

Mas um dia isto há-de ter fim
Mas um dia isto há-de acabar
Tudo será como no início
Quando não conhecia o mar

E quando a faca vier apontada
Eu respondo com um tiro de canhão
Porque neste tudo somos nada
E só alguns têm coração.

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