Caíu uma lágrima à saudade quando viu a tristeza na sua rua
Não era uma visita desejada, não a esperava encontrar
Mas a tristeza costuma ter o estranho vício de aparecer sem avisar
E a saudade sentiu-se nua...tão nua
Com ela não veio a esperança
Nem um riso de criança
Nem um sorriso no olhar
Nada...
Foi apenas a tristeza a chegar
Não bateu á porta
Tem o dom de ser mal-educada
De entrar sem ter a chave da entrada
E de arrombar janelas
Passar por cima delas
Como se não as visse
Chorou quando entrou...
Chorou porque viu na saudade
O estranho rosto que tinha
Quando ainda era fantasia
E sabia ser um pouco de alegria
A tristeza não passa de uma saudade descalça
De uma saudade com frio
Que anda num enorme desvario
À procura de um sapato que lhe sirva
Riram na cara uma da outra
Mas quando deram por elas
Já estavam boca na boca
Como se o amor nascesse
Por entre as duas...
Nas ruas
Não se ouvia som algum
O passado estava de jejum
E apenas se alimentava o futuro
O presente é um burguês
Que nunca come à vez
Mas que passa a vida a comer
A alimentar-se...
A ficar cada vez mais anafado
Enfim...
Talvez isto seja apenas estória
Ou fado.
domingo, 23 de novembro de 2008
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