Ele acende um cigarro, como quem domina o tempo.
Vou-te fazer uma proposta indecente, menos própria se preferires...ah! E tu vais aceitar.
Ela sorri ligeiramente, como que se adivinhasse o que vai ser dito.
Faz então.
Ele senta-se e solta pequenos circúlos de fumo.
Esta noite...esta noite quero fazer coisas diferentes, quero sentir-me diferente, ir um pouco mais longe.
Os olhos dela mostram interrogação.
Não sei o que queres dizer com isso. O que pretendes de mim?
Ele levanta-se e apaga o cigarro mal fumado no cinzeiro. Do bolso do casaco tira uma corda branca.
Já percebes o que quero dizer? Sabes o que isto significa.
Ela solta uma pequena gargalhada, contida.
Não te sabia assim tão original...vais-me amarrar?
Ele inclina-se ligeiramente por cima dela.
Vou-te amarrar...beijar...apertar...e o que mais me apetecer.
Ela deixa-se ir.
Queres os meus braços? São teus...
Ele abre os lábios num ligeiro sorriso.
Não te incomodes, os braços não são necessários para isto.
Suor. Sangue. Odor. Gemidos. Gritos.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
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