domingo, 14 de setembro de 2008
Crescimento
Será possível apagarmos da memória coisas que aconteceram connosco? Talvez não, mas por vezes ela surpreende-nos e há já coisas que nem nos lembramos que aconteceram. Até os pequenos momentos de felicidade que foram passando por nós ganham um sentido relativo quando comparados com um todo (que é a nossa Vida). Tive alguns desses momentos, todos tivemos, mas também tive os que vêm depois das ilusões vividas (a felicidade não passa de uma ilusão, quanto muito há momentos em que nos sentimos mais alegres e mais em paz com tudo o que nos rodeia). Hoje não voltaria a cometer erros do passado, não sou o mesmo que era, embora por vezes possa parecer; o que muda não está à vista, está guardado num sítio à espera de se mostrar, ou talvez não tenha coragem para tal e viva apenas dentro de nós para a eternidade. Eternidade...também acreditei nela, que ela apenas tinha o tempo que nós queríamos e coisas desse género, é tudo tão mais simples, o tempo é tão mais simples, e uma porta que se fecha é uma janela que se abre, e uma janela que está encostada é uma gaveta que está entreaberta e por aí adiante...realmente é tudo relativo. As coisas parecem difíceis de ultrapassar no momento mas depois o tempo vai passando, o sol vai continua a nascer, a lua a brilhar, as estrelas a aparecer e tudo parece mais simples, o mundo não parou, o Universo continua a trabalhar, continuam a aparecer novas pessoas e novos caminhos por onde seguir. Não esquecemos o que ficou para trás, apenas algumas coisas que a memória vai censurando com o tempo mas que se quisermos ainda lembramos, eu não quero, prefiro viver nesta doce calma de andar e poder ver quem quer que seja que o meu coração continua a ter as batidas normais. Já não ando à espera que um telemóvel toque, de voltar a sítios onde fui "feliz", de ouvir as canções que ouvia...hoje o telemóvel toca quando tem de tocar, os sítios são apenas sítios por onde passei (e o Mundo ainda tem tantos...) e as músicas são apenas poemas que fizeram sentido numa certa altura. Talvez as mudanças se vejam nestas pequenas coisas, nestes pequenos passos, como se fosse um bebé a aprender de novo a andar, e sabem uma coisa? Já não preciso do apoio de alguém, já me sei levantar sozinho:)
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1 comentário:
Mas é sempre bom, quando se chega à velheice, relembrar e contar aos netos...
"olha, foi aqui que..."
Julgo que estou a ficar velha
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