Respiro o teu corpo:
sabe a lua-de-água
ao amanhecer,
sabe a cal molhada,
sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,
ao cair da noite
sabe a pedra amarga,
sabe à minha boca.
Eugénio de Andrade
Cheiro o teu corpo como se fosse Primavera
Cheiro o teu corpo como se fosse manhã aberta
Cheiro o teu corpo como se fosse nova era
Cheiro o teu corpo como se fosse praia deserta
Respiro o teu corpo como se fosse o mundo
Respiro o teu corpo como se fosse verdade
Respiro o teu corpo como se fosse solo fecundo
Respiro o teu corpo como se fosse liberdade
Cheiro o teu corpo e o mundo faz sentido
Respiro o teu corpo e sou pecado original
Sei de ti o que a Vida sabe de mim...
Hoje sou apenas um cheiro fingido
O que respiro já é algo Universal;
Hoje sonhei ao toque do clarim.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
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