segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Hoje

Hoje escrevo como se fosse o último dia
como se a febre que consome o mundo
estivesse dentro de mim.
Hoje as palavras são espadas contra o vento
e as minhas mãos são facas
com que corto a garganta da noite.
Hoje não há canções; hoje há o copo,
aquele copo meio cheio que eu esqueci
em cima de uma mesa talhada a pedra fina.
Hoje os gritos do mar são tempestade
em terra, e eu sou o náufrago que
resiste perante as intempéries.
Hoje o fogo chama-me, hoje sou labareda
que vibra pelo ar sem direcção
e cai no eterno de qualquer estrada.
Hoje eu sou o caminho que percorro
Hoje eu sou feito de luta, de ódio
de amor, paixão, rancor, repulsa;
Hoje os sentimentos se confundem
em mim e eu sou o cocktail que fumega
perante o mundo.
Hoje sou o vulcão que explode
quando a terra quer expulsar as vidas
pendentes que carrega há anos.
Hoje sou eu!

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