Grita aos meus ouvidos
e provoca em mim a surdez
que há tanto tempo eu espero
Não tenhas falsas penas
nem provoques em mim o nojo
que é ver um corpo deitado
pela proa de qualquer navio
Não me olhes de lado!
Passa de soslaio como
qualquer cão calado
Não mordas na mão
que um dia ainda te pode
dar de comer; pois a única
certeza que temos é que amanhã
ainda vamos cá estar todos
Não uives à lua,
deixa ela uivar por ti
e levar-te os ouvidos
a sons ensurdecedores, como
se estivesses numa daquelas
salas fechadas em que agora
tudo se passa
Não me prendas os pulsos!
Ninguém pode parar o sangue
que me corre nas veias e ninguém,
senão eu, sabe onde ele pode ir
Que vontade de ser estátua de pedra...
ficar parado o dia todo e à tarde
virem pombos pousarem-me nos ombros
enquanto canto versos já esquecidos
Serei espantalho em seara alheia
os corvos hão-de comer-me os olhos
um tractor há-de pisar-me os pés
e no fim de tudo...pó e mais nada.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
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