Quanto caminho cantado que eu andei
Quanta palavra secreta te inventei
Quando eu parti transportava
Uma angústia que não sei
E não era mais que as palavras que eu cantei
A palavra amor pôs-me os olhos rasos de água
A palavra ausência pôs-me as mãos cheias de mágoa
E quando as cantei eu vivi tudo quanto pressenti
Dentro das palavras que eu cantei mas não escrevi
A palavra dor que era minha foi dos outros
Soltei as palavras como asas, como potros
Arranquei de mim e cantei, cantei até ao fim
A canção de amar, de cantar por ser assim...
Foi por ti que eu lutei
Foi por ti que eu parti
Foi por ti que eu calei
E morri!
Foi por ti que eu voltei
Foi por ti que eu nasci
A canção que eu conquistei
Porque a sofri!
Canção é sol, é água, é fúria, é vento
Canção é mar do sal do sofrimento
E por isso eu sou quando canto
A lança que lancei
Como se vingasse as palavras que eu cantei.
José Carlos Ary dos Santos
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
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