sexta-feira, 12 de março de 2010

Palma da Mão

Não percebes que o braço não acompanhou o que ia na minha cabeça? Quando dei por mim tinha a mão rente ao teu rosto e depois...depois foi seguir o curso normal de qualquer movimento. A cabeça dizia-me para tomar outra atitude mas o braço estava lançado e eu não tive forças para conseguir detê-lo. Poderia dizer que foi sem querer, mas por breves instantes foi aquilo que me apeteceu fazer, e acabei por fazê-lo. Não vou pedir desculpa por algo que eu não quis fazer, por algo que eu não controlei. Aquele não sou eu, eu não sou aquilo! Recuso-me a ser alguém que se comporta daquela maneira, que tem por hábito aquele tipo de comportamento. Foi uma coisa que ocorreu, própria do momento, tu gritavas e...e eu não sei porque fiz aquilo. Sei apenas que não queria fazê-lo. Que não podia fazê-lo. Mas agora que o fiz, o que me resta?
Não vou arrastar-me de joelhos aos teus pés, seria rídiculo e nem saberia o que dizer.
Não vou penitenciar-me de que maneira for pois isso não estaria certo, não seria o suficiente.
Talvez...talvez devessemos esquecer tudo isto, tudo isto que aconteceu. Passamos uma borracha e apagamos este dia. E apagamos todos os outros que vieram antes deste. E os que virão depois deste. E os que...
Não sei.
Talvez devesse bater em mim mesmo e sentir a solidão que uma pequena palma da mão consegue conter.

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