É como se alguém apertasse a garganta com o intuito de sair dela algo que nunca se viu à superfície.
É como se os nós dos dedos se dobrassem todos e apertassem o que de mais fundo trazemos.
É como se a boca se abrisse e não conseguisse fechar tal a força que o resto do corpo faz sobre ela.
É como se os pés tivessem presos por estacas a um chão que insiste em se mover por várias direcções.
É como se fosse um diário onde já ninguém escreve por já não ter nada para contar.
É como se fossem sinos a rebate na tal aldeia de luto de que ainda hoje se conta a história.
É como se fosse as lágrimas daquelas mulheres que andam sem destino, apenas em direcção à morte (como nós todos...)
É como se um vulcão rompesse o ventre da terra e inundasse todo o planeta com filhos feitos de fogo.
É como se fossem palavras escritas em algum muro que teima sempre em subir.
É como se fosse uma campa que já não tem nenhum morto a quem aconchegar.
Seja lá o que for não tem explicação.
É apenas único e intemporal.
É apenas tudo o que nunca foi.
E não se explica porque não há palavras.
É como se fosse um silêncio falado.
domingo, 25 de janeiro de 2009
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