terça-feira, 26 de maio de 2009

O dia em que nasceste...

Hoje chorei contigo e assustei-me, assustei-me porque cheguei a duvidar que podesses um dia nascer de dentro de mim, e hoje, sem o esperar, sem ter vontade de fazer fosse o que fosse, apareceste...assim, sem aviso, sem me dares sinal que podias aparecer não à minha frente mas no meu corpo. Esqueci a dureza de um Cláudio que demorou tão pouco a nascer, vieste tu com as tuas mãos leves, com a tua alma de chumbo e invadiste-me, senti a tua fraqueza em cada ponta das minhas veias, eras tu que choravas e não eu. Juro que aquelas lágrimas não são minhas! O Renato não chorava num palco, o Renato não sabia o que era emocionar-se aquele ponto (será que ele sabia o que era a emoção?). Agora sei que tenho de fazer-te, agora sei que tenho um lugar para ti, agora sei que posso chegar a personagens como tu, saí da limitação em que julgava encontrar-me e fui campo fora para a libertação que sempre procurei. Estou a trabalhar a sério pela primeira vez, pela primeira vez sei o que é esforçar-me, sei o que é fazer algo para o qual não estava fadado, a oportunidade estava na minha mão e agarrei-a, vou ser capaz de mostrar a todos que ainda tenho muito para dar e que não estou parado numa linha imaginária. Vou renascer perante mim mesmo e sentir a satisfação que só têem aquelas pessoas que deixam as suas lágrimas no palco e o seu esforço. Não sei se aqueles que estão acima de mim vão compreender tudo isto que se passa mas já não trabalho para eles, está nas minhas mãos fazer o que eu quiser comigo, não preciso de provar nada perante os outros se não o provar primeiro comigo mesmo, se eu trabalhar afincadamente alguém há-de notar, se não for quem está acima serão aqueles que estão ao meu lado, e é também a esses que eu agradeço aquilo que consegui hoje. A vocês que continuam comigo, obrigado. É também graças a vocês que consigo o que consigo, seja no Romeu, seja naquilo que for. Sem vocês era mais um, sozinho; e sozinho, não vale a pena fazer Teatro.

5 comentários:

Paulo Ferreira disse...

e eu sem ti, naquela escola... não seria ninguém.

Marta Queiroz disse...

Orgulho, Orgulho, é só orgulho que eu sinto neste momento.
O primeiro passo é acreditar que se consegue, e eu sempre acreditei que o Renato era capaz de ficar fora da sala e deixar entrar o Romeu. Eu sempre acreditei. E ainda bem que o fiz, agora o sorriso é ainda maior :)
És sem dúvida um dos meus 'especiais', obrigada por isso.

Niusha disse...

:) told ya

mafalda chantre disse...

É por momentos como aquele que tu viveste que eu continuo cá. Obrigada.

Anónimo disse...

Não vou saber o que é ter uma aula assim .Esistem pessoas estúpidas. Acusam o 1 ano de crianças,mas n temos profs que nos sirvam de ex e pelo que ouvi vai embora porque as crianças são vo^ces,e é a voces que agradeço n a ter como prof.e revolta-me isso.Foi 1 balde de água fria não ter aulas fortes como todos os anos dizem q tiveram e qdo pensava q era já em outubro q ia ter e n vou ter só me apetec a mim ir para casa.Desculpa o desabafo, gosto muito do teu trabalho mas sei q agora é q não vou fazer nada de jeito.