segunda-feira, 28 de março de 2011

Falar do passado é escrever o futuro que se constrói nas nossas mãos, por dentro de nós. A recordação daquilo que flui nas margens do nosso tempo e que nunca mais desagua em local algum que não a nossa mente. A construção do ser humano enquanto memória colectiva daquilo que foi e daquilo que nunca será. A construção de um tempo que não é nosso mas de um todo, de um colectivo. O sentir que fazemos parte de uma sociedade que não tem mais para dar do que aquilo que já nos deu, e que, afinal, foi tão pouco. A construção do mito como arma momentânea, que ataca tudo aquilo que está à sua volta. A construção da utopia como aquilo que fomenta toda a fome do mundo, talvez o pensamento numa fonte feita de utopia, com a graça da utopia, o seu aroma. Falar do passado como aquilo que flui por entre o futuro. Como as margens do tempo.

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