O sol bateu-me no rosto
O vento quis empurrar-me
E a chuva molhou-me aos poucos
Brincadeiras de mau gosto
Com seu motivo de alarme
Para eu me livrar de loucos
O sol queimou as searas
O vento arrasou pinheiros
E a chuva alagou a terra
Turvaram as águas claras
Só vejo tristes madeiros
Tenho que fugir da serra
Fiquei sem o meu rebanho
Perdi o meu belo arado
Tombou meu lindo moínho
E em busca dum mundo estranho
Levo o meu duro cajado
Para me abrir o caminho
No meu saco de lembranças
Levo sorrisos, esperanças
Duma ingénua mocidade
E ao despedir-me depois
Um velho carro de bois
Carrega a minha saudade.
Frederico de Brito
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
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