Quando a noite promete lançar-me na senda do frio
Quando a chuva se atreve no rosto gelado e cansado
E a névoa da montra reflecte meu olhar vazio
Porque a olho e não vejo senão o rosto do pecado
Quando a calça molhada pela água que o vento me atira
E o corpo reclama a atenção que o pensamento nega
É que eu sinto que às vezes a alma de mim se retira
E suspensa só espera um sinal para a última entrega
Quando o asfalto molhado recusa o descanso breve
E o cansaço me toma nos braços das sombras que assomem
A criança que fui volta a mim, e os sonhos que teve
São a voz do menino que pede: não queiras ser homem
Quando a angústia gastar o meu tempo e a minha coragem
De não querer nem sequer resistir ao caminho traçado
Não há chuva, nem vento, nem frio que me impeça a viagem
E eu serei apenas a lembrança de um triste pecado.
Jorge Fernando
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário