Quando o sol vai caindo sobre as águas
Num nervoso delíquio d'oiro intenso
Donde vem essa voz cheia de mágoa
Com que falas à terra, ó mar imenso?
Tu falas de festins, e cavalgadas?
De cavaleiros errantes ao luar
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?
Teus cantos d'epopeias? Tens anseios
D'amarguras? Tu tens também receios
Ó mar cheio de esperança e majestade?!
Donde vem essa voz, ó mar amigo?...
...Talvez a voz de um Portugal antigo
Chamando por Camões numa saudade!
Florbela Espanca
domingo, 24 de maio de 2009
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