domingo, 8 de fevereiro de 2009

Arte de Representar...

Porquê esta vontade de fugir para aquilo que não sou (ou que não penso ser)? Porquê esta vontade de procurar aquilo que talvez já tenha encontrado? O essencial mantêm-se inalterável, a base mantêm-se debaixo dos meus pés, os meus sonhos são os mesmos...fazer vidas para além da minha vida, dar algo maior a tudo isto, fazer de mim algo maior que se possa mostrar em cada palavra, em cada frase. Não preciso de um projector mas apenas de um banco onde me deixem sentar e falar sem restrições, durante o tempo que eu quiser, e preciso de alguém para me ouvir, de alguém que beba as minhas palavras em taças bem cheias e que no final brinde comigo. Quero apenas aquilo que os outros também querem mas mais, quero mais, sempre mais...não sei pedir menos quando a minha mão ainda está aberta a receber tanta coisa. Quero agarrar no palco e fazer dele o meu fantoche, um sítio onde possa manobrá-lo á minha vontade, onde as palavras ditas mais do que minhas sejam de todos e quero ter o doce sabor de olhar para alguém no momento de uma tirada final e ver que uma lágrima lhe cai pela cara, não é a minha soberba a gritar é apenas o afago que preciso de receber; e no final talvez pensem bem de mim e cheguem à conclusão que dei o meu melhor por uma coisa que à partida nem seria fácil, mas que durante curtos momentos me entreguei aquilo que acredito acima de tudo. Escolhi a arte de representar porque é aquela em que o ser humano atinge o sublime, em que ele consegue ser único, durante aquele curto espaço de tempo da representação os olhos estão apenas em mim e o mundo parou para me dar passagem...sim, agora é a minha soberba a falar e talvez até o meu egoísmo...procuro ser actor, não um ser perfeito.

1 comentário:

Marta Queiroz disse...

1º não há seres perfeitos.
2º a perfeição é uma ilusão.
3º ilusão essa que o actores ambicionam a vida toda.
mas é isso que os/nos mantém 'irrequietos'.
Bj